quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Opinião sobre "Poemas", livro de Alberto Caeiro.

Hoje partilho convosco a minha opinião sobre um livro de poesia que acabei de ler à pouco tempo, da autoria de um dos mestres da poesia. Caeiro é uma personagem ficcional criada por Fernando Pessoa, génio português da poesia mundial.




Alberto Caeiro é considerado o Mestre dos Heterónimos e do próprio Pessoa, o que é sem dúvida confirmado neste livro. Os poemas exalam simplicidade, um relaxamento invejável e uma elevada firmeza de ideias. Para além disso, são todos de uma beleza fora de série! Cada poema é por si só um tratado de boa poesia.

No entanto, achei que juntos perdem um bocado da sua força. Caeiro é o poeta da Natureza, um anti-metafísico que despreza qualquer tipo de pensamento filosófico e advoga a simplicidade e o recurso aos cinco sentidos como caminho da felicidade.


Ora, esta visão de Caeiro (embora simplista) não deixa de ser ela própria uma corrente filosófica que pretende tratar com a maneira como se lida com a vida. Neste livro Pessoa, através de Caeiro, efectivamente pensa e discorre inúmeras vezes sobre a sua posição sobre a vida. Por isso, embora cada poema seja fenomenal, a sua leitura seguida torna-se um pouco fastidiosa pois estamos a ler alguém a criticar pensamentos de outras pessoas e a dizer que não pensa, quando está sempre a pensar e a defender a sua filosofia de vida.


Juntando algum humor ao post, na leitura dos "Poemas" consigo imaginar uma conversa deste género:

Alberto Caeiro: Eu não penso e sou contra o pensamento filosófico!
Luís Pinto da Silva: Mas oh Caeiro, tu fartas-te de pensar e filosofar.
AB: Eu nunca penso nem irei pensar.
LPdS: Outra vez, mas o livro é só sobre ti a pensar?!
AB: Eu repreendo quem pensa, pois assim não consegue ver!
LPdS: Bahhh, vai pastar vai....


Sempre vosso,
Luís.

8 comentários:

  1. Maravilhoso pensar sobre o livro.
    O diálogo nos leva a pensar. rsrsrsrsr
    Sálvio Sérgio
    http://salviosergiocampos.blogspot.com.br/

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  2. Na verdade a construção psicológica dos heterônimos de Pessoa não poderiam ser diferentes do que são. Todos os heterônimos são abundantes em questões filosóficas assim como era pessoa!!
    Um abraço!!!

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    1. Sim, Pessoa era um grande filósofo. Tão grande que precisou de criar personagens tão díspares como são os seus heterónimos para poder explorar todos os seus pensamentos.

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  3. Os heterônimos permitem um diálogo entre o autor e os personagens por ele criado. E você soube fazer isso com maestria, querido Luís.
    Abraços

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    1. Obrigado, querida Vall. E bem dito, em relação aos heterónimos. Estes permitem ao autor uma maior liberdade na exploração de diversos temas e estilos.

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  4. Bom dia Luis!

    Eu sei que ja vim aqui outras vezes, mas nao me lembro se comentei. Se não, perdoe-me a displicência.
    Estou levando o link assim ficará mais fácil perseguir-te, ok? rs

    Grata pela sua presença no Asas seja sempre muito bem vindo por lá viu!

    Quanto ao teu post, tua opinião é perfeita! E o dialogo:que delícia!rs

    Volto logo, querido!

    Abraços.

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    1. Bom dia, Lu :)

      Não há nada a perdoar, só a visita já tem grande valor para mim. :) Fico à espera da perseguição, então :P

      Fico contente por saber, já que estou a contar passar lá mais vezes.

      Abraços!

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