quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Poema "O Fotógrafo"

Para além da poesia, outro dos meus hobbies é a fotografia. É incrivelmente relaxante e entusiasmante o acto de andar de câmara em punho, a tentar encontrar imagens cativantes. Juntando os dois hobbies, apareceu este poema que quero com vocês partilhar.



Delicio-me em caminhar,
Pelas ruas passear.
Observo atento
Tudo o que me rodeia.

Como determinado caçador
À procura de presa,
Tento encontrar algo
Que valha a pena fotografar.

Não aprecio imagens simples,
O que me atraí é Arte,
Posições momentâneas,
Ângulos variados.

Tudo tenho em atenção,
Para apreender
O segundo sentido
do mundo que vejo.


Sempre vosso,
Luís.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Poeta Convidado: Daniel Simões.

Bom início de semana a todos!

Bem sei que a segunda-feira pode ser um dia bastante complicado, depois do bem-bom do fim de semana. Por isso, trouxe para vocês um miminho poético. Daniel Simões, malta. Malta, o poeta do amor Daniel Simões :)


O Daniel é o autor do blog Danlirando (http://danlirando.blogspot.pt/), e recente autor publicado. Esta sua obra tem o chamativo nome de "poesias para TODA A FORMA DE AMOR". Para Daniel, a Poesia inspira-se apenas no amor, o mais puro dos sentimentos. Por isso lhe chamo o Poeta do Amor, pois sua poesia é para todos que amam, para quem procura amar, para quem sofre e vibra por sua causa deste sentimento maravilhoso.


Para conhecerem melhor a obra e a categoria da escrita do Daniel Simões, partilho com vocês o seu poema "Mil Sóis".

Lancei meu amor ao astral
Libertando-o no vasto universo
Supernova atemporal
Já não cabia mais em meus versos

Sempre ao infinito se expandindo
Seu brilho prateado irradiando
Nunca se acabando
Jamais se perdendo

Explodi meu amor como mil sóis
Senti a quantidade imensurável
Saindo dos meus poros em raios de luz
Denso, espesso, pálpavel...

Já não cabia mais em meu peito
Esse amor singular e de raro efeito
Mesmo que 01 bilhão de vozes gritassem juntos "Eu te amo!"
Mesmo assim, não seria perfeito

Por DanieL SimõeS.


Sempre vosso,
Luís

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

NaNoWriMo: Está aí!

Para quem não sabe, Novembro é o mês onde ocorre uma actividade global bastante engraçada e interessante para qualquer pessoa que goste de escrever. Estou a falar, claro, do National Novel Writing Month ou NaNoWriMo para os amigos (http://nanowrimo.org/).



O objectivo oficial é começar a escrever uma história no dia 1 de Novembro e conseguir chegar às 50 000 palavras antes do mês terminar. Qualquer pessoa que consiga chegar a este limite é um dos vencedores do NaNoWriMo, independentemente do tipo de história e da sua qualidade.

O objectivo não oficial é que é o mais importante. O NaNoWriMo foi concebido desta forma de maneira a estimular potenciais escritores a realmente escrever uma história, dando-lhes um objectivo e um limite temporal muito bem definido. Também importante é o facto de esta iniciativa criar uma comunidade de pessoas com o mesmo sonho, em que todos se tentam ajudar para ultrapassar do desafio do NaNoWriMo. Também estão envolvidos escritos já publicados e de renome que enviam pérolas de sabedoria e conversas inspiradoras para os participantes.

Se sempre quiseste escrever, mas faltou-te sempre o clique para começar, aqui está ele!

PS: Sim, estou a contar participar :)


Sempre vosso,
Luís.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Poema "Um novo pôr do Sol"


O Tempo é contínuo,
Um fenómeno infinito.
Algo que escapa à compreensão,
Habita noutra dimensão.

O tempo bem passado
É mais humano.
Como nós tem início,
E infelizmente fim.

Do presente passa
Lestamente para a memória.
Com Ela não é excepção,
Chegamos ao pôr do Sol.

Mas mais que humano ainda é,
Como Cristo pode renascer.
Promessa de outro encontro,
Um novo nascer do Sol.


Sempre vosso,
Luís.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A Sabedoria de Edwin Percy Whipple!

Uma boa semana a todos! Espero que estejam todos bem-dispostos e não a ressacar ainda do fim-de-semana ;)



Hoje quero partilhar uma citação, plena de sabedoria de Edwin Percy Whipple. Whipple foi um crítico literário e ensaísta americano, que viveu no século XIX. Para além de livros como Essays and Reviews e Literature and Politics, este iluminado saiu-se com uma frase sábia:

"Books are lighthouses erected in the great sea of time."

Que em português será: "Livros são faróis erigidos no grande oceano do tempo."


Sempre vosso,
Luís.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Opinião sobre "Poemas", livro de Alberto Caeiro.

Hoje partilho convosco a minha opinião sobre um livro de poesia que acabei de ler à pouco tempo, da autoria de um dos mestres da poesia. Caeiro é uma personagem ficcional criada por Fernando Pessoa, génio português da poesia mundial.




Alberto Caeiro é considerado o Mestre dos Heterónimos e do próprio Pessoa, o que é sem dúvida confirmado neste livro. Os poemas exalam simplicidade, um relaxamento invejável e uma elevada firmeza de ideias. Para além disso, são todos de uma beleza fora de série! Cada poema é por si só um tratado de boa poesia.

No entanto, achei que juntos perdem um bocado da sua força. Caeiro é o poeta da Natureza, um anti-metafísico que despreza qualquer tipo de pensamento filosófico e advoga a simplicidade e o recurso aos cinco sentidos como caminho da felicidade.


Ora, esta visão de Caeiro (embora simplista) não deixa de ser ela própria uma corrente filosófica que pretende tratar com a maneira como se lida com a vida. Neste livro Pessoa, através de Caeiro, efectivamente pensa e discorre inúmeras vezes sobre a sua posição sobre a vida. Por isso, embora cada poema seja fenomenal, a sua leitura seguida torna-se um pouco fastidiosa pois estamos a ler alguém a criticar pensamentos de outras pessoas e a dizer que não pensa, quando está sempre a pensar e a defender a sua filosofia de vida.


Juntando algum humor ao post, na leitura dos "Poemas" consigo imaginar uma conversa deste género:

Alberto Caeiro: Eu não penso e sou contra o pensamento filosófico!
Luís Pinto da Silva: Mas oh Caeiro, tu fartas-te de pensar e filosofar.
AB: Eu nunca penso nem irei pensar.
LPdS: Outra vez, mas o livro é só sobre ti a pensar?!
AB: Eu repreendo quem pensa, pois assim não consegue ver!
LPdS: Bahhh, vai pastar vai....


Sempre vosso,
Luís.

Agradecimento aos primeiros leitores d'O Serão dos Miseráveis.

Gostava de deixar aqui um abraço e um agradecimento a todos os meus leitores, que adquiriram O Serão dos Miseráveis logo no dia do lançamento. Foram num número apreciável para um lançamento deste tipo (sete pessoas no Smashwords.com), logo no primeiro dia, o que me deixa bastante contente.



Fiquei também bastante contente com a recepção do livro, para além da sua obtenção, por parte destes leitores já que alguns deles já classificaram o livro com 4 e 5 estrelas (dando uma média de 4.67 estrelas em 5.00). Para além disso, a revisão que fizeram foi ela própria um prémio para mim.

https://www.smashwords.com/books/view/365724

Assim, mais uma vez um grande abraço para todos!


Sempre vosso,
Luís.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Lançamento do livro de poesia: O Serão dos Miseráveis!

É com muita alegria que aqui anuncio a chegada dos famosos Miseráveis, que se juntam no seu Serão!



Uma reunião está a ocorrer, pobres miseráveis contam as agruras de suas vidas.

Reflexão poética sobre os sentimentos menos nobres da humanidade, esta obra relata a história de dez miseráveis. Conheçam o Quasidivino Alucinado, o Patético Enlutado e a Pintora Insatisfeita, entre outros.

Do autor da Coletânea de Devaneios, um manual sobre como não encarar a vida, magicamente transmitido pela beleza imortal da Poesia.

Livro aclamado pela crítica, apresenta uma classificação de 4.75 em 5.00 no site Goodreads.com e 4 estrelas em 5 com o selo "Boa Escolha" do site Bookess.com!

Goodreads.com: https://www.goodreads.com/book/show/18692936-o-ser-o-dos-miser-veis;
Bookess.com: http://www.bookess.com/read/18171-o-serao-dos-miseraveis/;

As histórias dos Miseráveis, declamadas em poesia, também foram bem recebidas junto da blogosfera:

"Luís Pinto da Silva tem identidade, estilo próprio e a maturidade é visível em cada linha destes versos."

Por Sandro Ernesto, do blog Sandro Panografia.

"Gosto da leitura que me faz pensar. Em o Serão dos Miseráveis isso não foi diferente."

Por Daniel Simões, do blog Danlirando.

"É impossível não se emocionar e ao mesmo tempo reflectir as falhas que temos e a maneira como lidamos com elas."

Por Vall Nunes, do blog Subjetividade e Você.

http://panografia.blogspot.pt/2013/10/apresentacao-o-serao-dos-miseraveis.html
http://danlirando.blogspot.pt/2013/10/dica-de-leitura-o-serao-dos-miseraveis.html
http://subjetividadeevoce.blogspot.pt/2013/10/um-breve-comentario.html

A versão digital do Serão dos miseráveis pode ser adquirido na plataforma Amazon (Amazon.com, Amazon.com.br, Amazon.fr, etc...), e nos sites Smashwords.com e Bookess.com, sendo o seu preço de 1.50 US Dolars, 1.14 Euros e 3.26 Reais.

Amazon.com: http://www.amazon.com/Ser%C3%A3o-dos-Miser%C3%A1veis-Portuguese-ebook/dp/B00FQJBM7K/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1382517962&sr=8-1&keywords=O+Ser%C3%A3o+dos+Miser%C3%A1veis;
Amazon.com.br: http://www.amazon.com.br/Ser%C3%A3o-Miser%C3%A1veis-Lu%C3%ADs-Pinto-Silva-ebook/dp/B00FQJBM7K/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1382517892&sr=8-1&keywords=O+Ser%C3%A3o+dos+Miser%C3%A1veis;
Smashwords.com: https://www.smashwords.com/books/view/365724;
Bookess.com: http://www.bookess.com/read/18171-o-serao-dos-miseraveis/;

A versão impressa pode ser adquirida na Plataforma Amazon por 3.59 US Dolars e 3.30 Euros.


Sempre vosso,
Luís.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Poema "Ela é Beleza, e a Beleza é Ela!

Primeiro quero agradecer ao Guilherme Oliani (http://sonekatrip.blogspot.pt/), pela sua presença no Poeta Convidado, pois engrandeceu com a sua poesia esta iniciativa do Plano das Palavras.



Hoje tenho para vocês um poema sobre a beleza, e sobre o sentimento que temos em relação à nossa cara metade:

Dizem que a beleza
Não existe realmente.
Algo não é belo,
É apenas o algo que é.

Beleza não é atributo,
É presente transvestido.
Recompensa que damos
A algo que que nos fez feliz.

Conceito interessante,
Infelizmente errado.
Mas estão perdoados,
Só não a viram...

Ela é êxtase puro,
Sua imagem é arte elevada.
Ela é Beleza,
E a Beleza é ela.


Sempre vosso,
Luís.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Poeta Convidado: Guilherme Oliani

Hoje partilho convosco a segunda sessão de uma das iniciativas do Plano das Palavras, o Poeta Convidado. Depois de Daniel André, temos hoje Guilherme Oliani do blog Soneka and Trips (http://sonekatrip.blogspot.pt/). Poeta de uma verve apurada, partilha com os seus leitores os seus momentos de reflexão e inspiração, não tendo medo de mostrar algo de menos positivo. Os seus poemas têm estilo, e revelam uma maturidade que cativa.



Deixo-vos com um dos seus trabalhos mais recentes, Sonho Enigmático:

Existe um lugar onde as manhãs são eternas,
sol e lua contemplando a luz e as trevas.
Dimensão do meu mundo mágico e enigmático
onde tudo é possível com um dom telepático.

Outros planetas, outros mundos, outras formas.
Me foco, penso, imagino e tudo se transforma.
Me sinto no lugar, me sinto bem, no meu lar,
onde eu deveria estar, onde eu gostaria de ficar.

Me imagino vivendo nesse mundo de alegria e paz,
cercado de animais, com meus amigos espirituais,
árvores, pássaros, flores, a praia e seu imenso mar.
Insanidade ao seu olhar, mas, como viveria sem sonhar?

Dizem que não é bom acreditar nessa linha de pensamento,
por favor, me diz o que seria melhor do que isso que eu vejo.
Não importa, sei o que almejo, não esqueci do meu sujeito,
que ainda vive na realidade buscando seu sossego, seu aconchego.

Aproveitar enquanto posso sonhar com coisas belas,
aproveitar enquanto a velhice não me pega,
aproveitar esse momento que à poucos interessa,
aproveitar o tempo que nesse mundo me resta.

Dormir, sonhar, acordar, me aprofundar e vivenciar.
Aproveitar que o meu sonho, ainda não podem me tirar.

Bravo, Guilherme!


Sempre vosso,
Luís.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

"Promoção 100%" já começou!

Bons dias, minha gente :)

Venho-vos lembrar que a campanha "Promoção 100%: Devaneios para Todos!" é esta semana, desde dia 14 a dia 18 (Sexta-feira). Por isso, aproveitem esta semana para adquirir sem custos um exemplar digital da Coletânea de Devaneios em todas a plataformas da Amazon (Amazon.com, Amazon.com.br, Amazon.es,...).



Amazon.com:http://www.amazon.com/Colet%C3%A2nea-Devaneios-Portuguese-ebook/dp/B00FFYJ24G/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1381834421&sr=8-1&keywords=colet%C3%A2nea+de+devaneios;

Amazon.com.br: http://www.amazon.com.br/Colet%C3%A2nea-de-Devaneios-ebook/dp/B00FFYJ24G/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1381834366&sr=8-1&keywords=Colet%C3%A2nea+de+Devaneios;

Junto com a lembrança, partilho com vocês um gostinho dos devaneios poéticos que podem encontrar na coletânia:

"Felicidade Constante ou Ocasional?"

Uma questão me desassossega
Quero perceber um conceito
Muitas vezes debatido
Mas quase nunca percebido.

Quero reconhecer a felicidade
Conhecê-la intimamente
Descobrir os seus segredos
Trata-la por tu!

Será a felicidade
A ausência de tristeza,
Ou a completa satisfação
De todos os cinco sentidos?

Poderá ela ser uma constante,
Coisa de todos os dias?
Ou apenas algo volátil,
Um ocasional acesso ao nirvana?

Poderei querer sentir felicidade
Todos os dias sem enlouquecer?
Ou terei de me contentar
A que só umas vezes me venha visitar?


Sempre vosso,
Luís.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Porque há dias assim!



Há dias que são importantes,
Sem nada para o serem.
Inesperados, chegam determinados.
Furacões de mudanças.

Como o acaso é estranho...
Não há antecipação, sinais enviados,
Aviso atempado.
Chegam sem cerimónias.

Mas atenção,
Estes dias não são para todos.
Na corrente temos que saber navegar,
Com eles temos que dançar.

Ao acaso temos que ser receptivos,
Para as suas benesses aproveitar.
Bendito dia aquele,
Em que me deixei guiar!

PS: Relembro a todos que hoje tem início a semana (14 a 18) da "Promoção 100%: Devaneios para todos!", em que podem adquirir de forma grátis a versão digital do meu livro de poesia, Coletânea de Devaneios.






Sempre vosso,
Luís.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Brevemente: "O Serão dos Miseráveis"!

Com muito alegria anuncio aqui que está para breve o lançamento da minha próxima aventura poética, "O Serão dos Miseráveis":


Uma reunião secreta está a ocorrer, pobres miseráveis contam as agruras de suas vidas.

Reflexão poética sobre os sentimentos menos nobres da humanidade, esta obra relata a  história de dez miseráveis. Conheçam o Quasidivino Alucinado, o Patético Enlutado e a  Pintora Insatisfeita, entre outros.

Do autor da Coletânea de Devaneios, um manual sobre como não encarar a vida, magicamente transmitido pela beleza imortal da Poesia.

Brevemente em versão digital na Amazon.com e Smashwords.com, e versão física em Amazon.com!

Um breve trecho será disponibilizado brevemente.

PS: Recordo-vos que para a semana (de 14 a 18), a versão digital da Coletânea de Devaneios poderá ser adquirida de forma grátis na Amazon.com.


Sempre vosso,
Luís.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Promoção 100%: Devaneios para Todos!

Bom dia a todos :)

Após um período de vendas da Coletânea de Devaneios, achei que chegou a altura de dar um "mimo" a todos que me seguem. Por isso lancei a campanha "Promoção 100%: Devaneios para Todos!".

Isso mesmo, uma promoção de 100%. De 14 a 18 de Outubro, a versão digital da Coletânea vai poder ser adquirida grátis na Amazon:



Como exemplo dos Devaneios que lá podem encontrar, deixo-vos este poema:

A Besta

Tenho um monstro dentro de mim
Criatura composta de raiva e ressentimento
Lutamos todos os dias
Pelo controlo do meu pensamento

Animal ardiloso e persistente
Não me dá descanso
Aproveita qualquer brecha
Para me dominar com veneno.

Seu objectivo é magoar
Seu divertimento é afugentar
Quem me é mais precioso
Ah, como sofro quando a Besta consegue o seu intento!

In "Coletânea de Devaneios"


Sempre vosso,
Luís.

domingo, 6 de outubro de 2013

Vencedores do Passatempo Poético e da Coletânea de Devaneios!

Um óptimo Domingo a todos!



Hoje venho-vos dar a resposta do Passatempo Poético (http://planopalavras.blogspot.pt/2013/09/passatempo-poetico-oferta-de-versao.html):

Quantas dores são referidas por Fernando Pessoa no seu poema "Autopsicografia"?

Resposta: Quatro. Primeiro temos a dor real que o poeta sente. Depois, temos a dor fingida, já que para o poeta para a dor real se elevar ao plano da arte tem de ser fingida, expressa em linguagem poética. Da parte do leitor há uma dor real da sua parte, e também uma dor lida. Esta é uma dor intelectualizada que provém da interpretação do leitor.

Cinco pessoas responderam com muito boas interpretações, e o seu prémio pelo seu interesse é a oferta da versão digital do meu livro de poesias "Coletânea de Devaneios". Parabéns:

  • Sandro Panografia;
  • Isabel Neto;
  • Daniel Simões;
  • Ana Pereira;
  • Vall Nunnes;


Sempre vosso,
Luís.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Poeta Convidado: Daniel André.

Hoje inauguro um novo cantinho do Plano das Palavras, o de Poeta Convidado. Aqui tenho como objectivo dar a conhecer poetas, e suas poesias, de elevado gabarito mas talvez não tão conhecidos do grande público.

Começo então com Daniel André, fundador e escritor do blog de poesia Gago Poético (http://gagopoetico.blogspot.pt/). O Daniel tem alma de poeta, e suas poesias são belos e inspirados retratos de emoções humanas. De sua pena são derramadas verdadeiras pérolas, que dão gosto ler e sobre elas reflectir.



Como exemplo da sua categoria, apresento-vos um poema de sua autoria, "As folhas secas de outono":

Enquanto as crianças brincam
Naquele gramado aveludado,
Caem as folhas secas de outono
Deixando o meu quintal enfeitado.

Minhas ideias estão se espalhando,

Como as folhas das árvores no chão
No meio da mata me atiça um desejo
Idêntico a noite querendo reclusão.

O amarelar do verde em meu redor
Transformou-me numa semente de renovação
Em outono colhemos os bons frutos
Plantados em algum coração.

Enquanto as crianças continuam brincando

Vou me permitindo essas mudanças
Essa aurora boreal do meu espírito
Que faz crescer galhos de esperanças.

De Daniel André, o Gago Poético.


Sempre vosso,
Luís.



terça-feira, 1 de outubro de 2013

Poema "Mestre da Farsa" & Pista para o Passatempo Poético

Bom dia, minhas gentes.

Hoje gostaria de partilhar com vocês mais um poema, aqui no Plano das Palavras. Este poema tenta descrever a visão daqueles que sabem que têm que esconder o seu verdadeiro Eu Impuro, de modo a conseguirem viver em comunidade:



Encaro a vida com falsidade,
Sou o mestre do fingimento.
Faço da farsa monumento,
Minto com agilidade.

Esta conduta é necessária,
Não posso mostrar minha malfeitoria.
Meu interior é peçonhento,
Meu pensar é virulento.

Sou um sórdido ser,
Mas ninguém pode saber.
Uso uma máscara angelical,
Pareço exemplo de pureza monastical.

Para em comunidade viver,
A decadência tenho que esconder.
Para conseguir sobreviver,
Minha degradação moral finjo transcender!

Agora, quanto à pista do Passatempo Poético. Como podem ver na mensagem anterior (http://planopalavras.blogspot.pt/2013/09/passatempo-poetico-oferta-de-versao.html), estou a oferecer cinco exemplares da Coletânea de Devaneios aos cinco primeiros que acertem o número de dores que Fernando Pessoa fala no seu poema  "Autopsicografia".

A pista, que é uma grande ajuda, é que Pessoa refere que quem sente esses dores são tanto o poeta como o leitor, e que o número de dores que ambos sentem é igual. Por isso é só descobrir quantas dores o poeta ou o leitor sentem, e multiplicá-las por dois. Fácil, não é? :)


Sempre vosso,
Luís.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Passatempo poético: Oferta de versão digital de Coletânea de Devaneios aos vencedores!

Começo por desejar a todos vós uma bela semana, e que todos estejam num sítio menos chuvoso que o Porto. :)

Em virtude do meu livro de poesia, Coletânea de Devaneios, ter sido lançado à pouco tempo, decidi fazer um passatempo de lançamento.



Então, isto funciona assim: em baixo podem ler o poema "Autopsicografia" de Fernando Pessoa. As cinco primeiras pessoas a escreverem correctamente, nos comentários desta mensagem, o número de dores a que Pessoa se refere nesse poema recebem uma versão digital da Coletânea (será enviada uma versão em pdf aos vencedores, a não ser que prefiram outro formato como mobi ou epub).

O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm. 

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda 
Que se chama coração.


Sempre vosso,
Luís.

sábado, 28 de setembro de 2013

Coletânea de Devaneios também disponível na Amazon!

É com alegria que anuncio que a Coletânea também pode obtida em forma digital na plataforma Amazon. A versão em papel estará disponível também nesta plataforma.



A Poesia é um Universo mágico
Sob a forma de palavras
Realidades são moldadas
Almas são reveladas

Um Universo que ultrapassa
Os limites da imaginação.
A Poesia vou explorar
Quem me quer acompanhar?


Sempre vosso,
Luís.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Publicar a todo o custo?

Penso que num nível mais consciente ou inconsciente, um escritor gostaria de ver a sua obra publicada nalguma fase da sua vida. Eu sou honesto, eu gosto de partilhar a poesia que escrevo, e sempre soube que gostaria de a ver publicada em forma de livro.

No entanto, esse desejo é controlado. Gostaria de ver o meu livro aceite e publicado por uma editora, mas não a qualquer custo. Nos últimos tempos tenho submetido uma proposta de livro para ser publicada,e tive resposta positiva de uma editora portuguesa. Fiquei muito contente com o facto de essa editora pensar que o meu livro seria bom o suficiente para figurar no seu catálogo.



Apesar disto, tive que rejeitar a proposta de edição. Proposta que no fundo resumia-se na ideia de eu pagar, e bem, para editar o livro. 500 exemplares seriam publicados a 9 euros cada, em que eu seria obrigado a comprar 150 a 7 euros e receber 10% da venda dos restantes 350 livros. Assim, na primeira edição teria um prejuízo certo de 1050 euros, e um lucro máximo potencial de 315 euros.

Tudo bem que as editoras estão neste ramo para fazerem dinheiro, e nestes tempos de crise têm que se salvaguardar. No entanto, não estamos a chegar a um extremo absurdo?! Qual a vantagem de editar um livro se vamos ter prejuízo com ele? O cumprir de um sonho e a massagem ao ego feita pela publicação de um livro em nosso nome, serão assim tão satisfatórios?

Para mim, de certo que não são. Mas para vocês, que acham? Só o facto de se publicar é assim tão apetecível para os autores, que as editores passem de não lhes pagar muito a esperarem que seja o autor a garantir os seus lucros?




Nos entretantos, publiquei por minha conta o meu ebook de poesia: Coletânea de Devaneios. Os interessados podem ver mais pormenores aqui.


Sempre vosso,
Luís.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Publicação do Livro: Coletânea de Devaneios!

É com enorme alegria que anuncio a publicação do meu ebook de poesia: Coletânea de Devaneios! Este encontra-se presentemente à venda no site Smashwords, onde pode adquirido por 2.99 dólares americanos e em vários formatos: epub (para poder ser lido em iPad/iBooks, Sony Reader e outras app de e-reading), kindle e pdf entre outros. A sinopse do livro, como não podia deixar de ser é um pequeno poema da minha autoria:

Poesia é um Universo mágico 
Sob forma de palavras 
Realidades são moldadas 
Almas são reveladas. 

Um Universo que ultrapassa 
Os limites da imaginação.
 A Poesia vou explorar, 
Quem me quer acompanhar? 



PS: Encontra-se para breve a publicação da Coletânea na plataforma Amazon.


Sempre vosso,
Luís.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Poema "Olhos de Safira"

Um grande bom dia a todos!

Após uns dias de interregno, vim partilhar convosco mais um pouco da poesia portuguesa made in Porto. Sem querer parecer um fetichista de olhos, sempre fui muito atraído por esta parte da anatomia humana. Para mim, é um dos elementos mais importantes da beleza, para além de serem um símbolo da interacção humana. Haverá algo mais íntimo que o contacto ocular?



Uns olhos estou a contemplar
Belos olhos de Safira,
Vibrantes, cheios de vida,
Feitos para se adorar.

Poderia viver nos teus olhos, 
Nos teus cristalinos olhos de Safira.
Deles jorram promessas
De vidas doces e completas.

Que calorosos olhos são estes,
Que sorriem benevolentes?
Já nenhum sorriso é sorriso,
Após esta visão além da perfeição!

Teus diáfanos olhos de Safira
Antevêem um mundo de esperança e harmonia.
Sinto teus olhos beijarem os meus,
O meu coração canta de alegria!


Sempre vosso,
Luís. 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Poema "Qual Liberdade?!"

Um poema inacabado, um assunto que merece ser retomado:


Pela minha mente
Passou um desolador cenário
A Liberdade é só aparente
Um conceito imaginário.

A Sociedade, autêntico capataz
Com chicote empunhado
Mantém-nos prisioneiros
De forma eficaz!


Sempre vosso,
Luís.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Reflexões e Poema " A Sobrevivência do Sentimento"

Estive ontem a pensar com os meus botões sobre um dos aspectos mais importantes da Poesia, a transmissão Poeta-Leitor. Um poeta, inspirado por um sentimento, escreve um poema em que traduz esse sentimento em palavras. Essas palavras tentam partilhar o pensamento do poeta, não directamente, mas através de uma construção artística.



Após a escrita e divulgação do poema, este chega ao leitor. Este tenta então entender o sentimento do poeta, ao tentar decifrar e ver para além dos recursos estilísticos/artísticos usados pelo Poeta. No entanto, nessas situações todos nós recorremos à nossa experiência, à nossa visão das coisas, que são únicas, nossas. E necessariamente, diferentes do Poeta que sentiu o sentimento original. Por isso, no fundo, o Poeta pode escrever sobre algo que o Leitor vai entender de maneira diferente. Deste modo, talvez não seja correcto dizer que há uma transmissão Poeta-Leitor, mas sim um processo de transmutação de sentido entre o Poeta e o Leitor.

Que acham?

Em resultado desta reflexão, escrevi um poema que quero partilhar com vocês:

Tenho um pensamento
Gerado por um sentimento
Quero-o divulgado
Através da Poesia partilhado.

Idealizo uma bela roupagem
Defino o vestuário
Embelezo o pensamento
Está pronto para partir.

A entidade receptora
Desnuda o pensamento.
Com os olhos da Alma
Tenta perceber o sentimento.

As Almas veem todas diferentes
Por isso me pergunto:
"Quanto terá sobrevivido
Do meu Sentimento?"


Sempre vosso,
Luís.

domingo, 15 de setembro de 2013

Poema "A Desoladora Carga..."

Uma pequena inspiração de fim-de-semana que aqui quero partilhar com vocês:



Estes são tempos de guerra
Batalhas sangrentas são travadas
A morte alheia torna-se banal
A nossa própria parece inevitável

Dois exércitos inimigos
Estão frente a frente
Uma violenta refrega vai ocorrer
A Morte vai estar atarefada

Uma das forças possui uma vantagem velhaca
Uma mágica antiga
Que usa contra o seu inimigo
Para os quebrar antes da batalha começar

Os atingidos pela mágica
Têm horríveis visões
Vêm as pessoas que os amam
A incitar à retirada

Estas visões falam de morte certa
Uma derrota garantida
Dizem para os soldados:
"Voltem para quem os ama, aqui não há esperança!"

O exército fica parado
Aterrorizado e quebrado
Mas glória, um dos soldados quebra o feitiço
Carrega contra o inimigo!

Vendo a coragem reencarnada
De bandeira em punho lutar
O exército sai do estupor
E acompanha o herói, vencendo a batalha!

No final todos  felicitam 
O lutador sem medo
Não percebem a sua falta de alegria

Nem um percebe que o herói só carregou
Por que infectado pela mágica, 
Nenhuma visão o visitou...


Sempre vosso, 
Luís.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Ler Poesia para melhorar a própria escrita será assim tão beneficial?

Tal como muito boa gente, acredito eu, quando me comecei a interessar e a ter gosto por escrever poesia, fui pesquisando na Internet dicas e conselhos para melhorar a qualidade das minhas obras.

Ora, um dos conselhos que mais vi frisado foi que para se melhorar poeticamente, tem que se ler boa poesia, bastante poesia. Acaba por um conselho normal e expectável. Umas das maneiras de se melhorar num determinado aspecto da nossa vida, para além da prática, é seguir bons exemplos/aprender com os mestres. No caso da poesia, a não ser que se conheça um mestre pessoalmente, aprender com os melhores é ler a obra das mais variadas estrelas desta arte.

No entanto, será que para melhorar a nossa escrita de poesia, precisamos assim tanto de inserir mais boa poesia na nossa dieta literária? Tentar melhorar, tendo como base os grandes poetas, não poderá ser até contraproducente na produção de uma visão poética pessoal e original?



Claro que se gosta de escrever poesia, também haverá uma parte de nós que gosta de a ler. Ainda mais quando se começa a divulgar a sua própria poesia, e se começa a inserir em comunidades de companheiros poetas. No entanto, ao usarmos a poesia de outras pessoas como base de como a boa poesia deve ser, não ficaremos contaminados com as visões destas pessoas, com as suas maneiras de escrever, com as imagens que associamos à sua escrita?

Falando de mim, nunca fui grande consumidor de poesia. Gosto de ler, mas honestamente não é algo que esteja muito presente na minha colecção de livros. Gosto muito é de escrever, de com as letras conseguir definir e transmitir pensamentos, medos e sentimentos. Cada vez gosto mais de escrever, e tenho gostado bastante de ler as poesias de outros autores tão anónimos como eu. No entanto, não sinto que preciso de ler mais poesia para melhorar/escrever bons poemas.

Mais ainda, ao não ler a dita poesia dos mestres acabo por escrever poemas que podem não ser tão belos como seriam se me cultivasse mais poeticamente, mas para mim são mais puros e verdadeiros. Ao não ter grandes bases de poesia, quando fico inspirado por algo ao escrever tudo o que sai são palavras, ideias, sentimentos e associações minhas. Tenho a certeza que se tivesse a começar a ler mais poesia do que o habitual, a esta altura quando convocasse as letras elas já viriam contaminadas com a "voz" de outros poetas. Assim posso dizer que a poesia que escrevo vem de mim, e mim apenas.

Claro que não digno para não se ler nada. Eu leio, e leio bastante. Simplesmente não é poesia. E não busco inspiração só em mim, busco no que vejo, no que leio e ouço. E tento sempre estar receptível a inspirações vindas de todo o lado.

Agora, sei que se fizesse um grande estudo de poesia, quando escrevesse sobre o que me inspirou não falaria só com a minha voz mas inconscientemente com a voz de outros. E para mim, a magia da poesia é conseguir derramar a essência da nossa alma num conjunto de versos.

Acabo esta reflexão, perguntando-vos o que acham sobre este tema?


Sempre vosso,
Luís.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Poema "O Tempo não espera...."

Bons dias! :) Começo o dia, embora bem disposto agora, a partilhar convosco mais um pequeno desabafo poético. Ahh, que bem que nos faz a poesia:



Tento empurrar a Pedra
Pela colina acima
Nem um centímetro se mexe
Apesar de toda a minha força desesperada!

Parece castigo divino
Pior ainda que o medieval antigo
Aí, a pedra sempre caía
Mas ao menos subia a colina

Pedra inamovível
Contra minha vontade
Simbólica representação
De minha vida estagnada

Pior ainda é a vista da Ampulheta
Ao contrário da minha Pedra,
A areia cai sem problemas
Triste demonstração de que o Tempo não espera...


Sempre vosso,
Luís.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Expansão do Plano das Palavras!

Com vista a fazer chegar a minha poesia a uma maior audiência, expandi o Plano das Palavras para além do Blogspot. A partir deste momento podem acompanhar o blog também no twitter e no facebook pelos seguintes links:

https://twitter.com/LuisPdSilva

https://www.facebook.com/pages/Plano-das-Palavras/571294992932293


Sempre vosso,
Luís.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Poema "Leis que Não Existem"

Bem, venho-vos dar um cheirinho de poesia portuguesa "made in" Porto. Muitas vezes para me inspirar, leio não poesia mas outro tipo de literatura, em busca de algum conceito, palavra, associação de palavras que me dê algum tipo de inspiração.

Neste caso encontrei inspiração na letra de uma grande música de uma das novas estrelas do fado moderno, Ana Moura. A letra é da música-título do recente álbum Desfado. Não sou particular apreciador de fado, mas neste caso fui conquistado pela voz da Ana, e pela melodia e letra da música. Ouçam que vale a pena.

Poema "Leis que Não Existem":

Minha mente não percebe este Mundo
Ela observa, descreve, recolhe dados
Tenta analisar, dissecar e racionalizar
Resultados mais infrutíferos não podiam ser

Minha mente precisa de leis
Fiéis bússolas que me guiem
Astrolábio que me permita navegar
Neste vasto oceano que é a Vida

Minha mente falha constantemente
Pois não existem leis nem sentido
Este Mundo é caótico
Seu soberano é a entropia

Este Mundo não pode ser compreendido
Apenas há uma verdade fundamental
A qual a minha mente não consegue alcançar
Deste Mundo só a incerteza podemos esperar.

Letra de "Desfado":

Quer o destino que eu não creia no destino
E o meu fado é nem ter fado nenhum
Cantá-lo bem sem sequer o ter sentido
Senti-lo como ninguém, mas não ter sentido algum

Ai que tristeza, esta minha alegria

Ai que alegria, esta tão grande tristeza
Esperar que um dia eu não espere mais um dia 
Por aquele que nunca vem e que aqui esteve presente


Ai que saudade
Que eu tenho de ter saudade
Saudades de ter alguém
Que aqui está e não existe
Sentir-me triste
Só por me sentir tão bem
E alegre sentir-me bem
Só por eu andar tão triste

Ai se eu pudesse não cantar "ai se eu pudesse"

E lamentasse não ter mais nenhum lamento
Talvez ouvisse no silêncio que fizesse
Uma voz que fosse minha cantar alguém cá dentro


Ai que desgraça esta sorte que me assiste
Ai mas que sorte eu viver tão desgraçada
Na incerteza que nada mais certo existe
Além da grande incerteza de não estar certa de nada




Sempre vosso,
Luís.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Poema "Concepção Dual"

Bem, ontem o meu químico e o meu eu poético lembraram-se de andar às turras, dando origem a um poema que partilho convosco aqui:


Em mim habitam visões distintas
Possuo duas concepções do Mundo
O Abstracto e o Concreto
Interpreto tudo de várias maneiras

Para mim tudo são átomos
Partículas invisíveis e omnipotentes
Base de toda a vida
Sua associação é a chave para o Tudo

Outro Eu vê um Mundo diferente
A base de tudo é a letra
A sua associação inicia a criação
A associações de associações define o Mundo

No meu íntimo prefiro a letra
Átomos criam um só Mundo
Letras criam Mundos dentro de Mundos
Letras são o símbolo da Possibilidade Absoluta.


Sempre vosso,
Luís.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Poema "Pelo Farol Obcecados"

A inspiração para este poema veio-me da leitura do romance O Pêndulo de Foulcault de Umberto Eco (Foucault's Pendulum em inglês). Sem querer entrar em spoilers, só posso dizer que este livro é uma obra-prima e claramente uma das minhas obras preferidas. O livro é complexo, belo e fascinante, repleto de personagens muito bem construídas e interessantes.

Um dos maiores elogios que posso fazer ao livro é a maneira como vai contando várias histórias ao longo do livro, todas elas interessantes e que nos colam ao livro mas que também dão a sensação que o escritor vai chegando ao final de uma forma desconexa e pouco linear, para no final todas as histórias serem brilhantemente conjugadas para se dar le grand finale.

Nem todos estão preparados para a Vida
Para esta gente Ela é
Um animal demasiado bravio
Para domado poder ser

Para não se afogarem
Nos violentos rápidos da existência
Metas são definidas como um farol
Para a bom porto os levar

Mas todo o cuidado é pouco
Sem atenção uma transmutação pode ocorrer
Um farol em soberano se pode tornar
Um tirano cruel que a vida domina

Chegar à meta torna-se obsessão
A Vida, Vida deixa de ser
Seres quase ocos
Apenas um pensamento os domina

A luz amaldiçoada do farol seguir
Ao seu suposto destino chegar
Para aí descobrir, coitados
Que depois de a meta atingir,
Não há mais faróis que os guiem!





Sempre vosso,
Luís.